segunda-feira, 25 de maio de 2009

A MOCIDADE


A mocidade é a idade do amor, sob todas as faces.

A própria paixão da inteligência, que é um dos característicos desse momento radioso de nossa vida, cede à paixão do amor.

A mocidade é dominada pelo império do coração e dos sentidos.

E a paixão do amor, que nessa idade nos domina, numa ou noutra direção, para cima ou para baixo, conforme conseguimos orientar a nossa vida, então, num ou noutro sentido.

Amar é o mais moço dos verbos: sob o signo do amor é que se orienta então toda a nossa vida.

E que é o amor?

É o sentimento que tudo reduz à posse e a entrega.

Amar é fundir um outro ser em nós e fundir-se nesse ser.

É trazer a nós alguém ou alguma coisa e levar-nos a essa coisa ou a esse alguém.

Nesse movimento de apropriação e de abandono, de conquista e de entrega _ É que reside a escala infinita do amor, desde as suas formas mais sublimes aos seus aspectos mais vulgares. Pois, essa relação psicobiológica é que constitui o traço.

Os pássaros gorjeiam com mais vibração, comungando também a alegria que adeja por todos os lados. As chuvas que tombam, de espaço a espaço, são benéficas, dando mais vicejo as lavouras e abrandando o calor que ameaça chegar.

A primavera e a mocidade são semelhantes. A mocidade tem frescor no semblante, o coração em flor, a alma em suaves gorjeios.

A primavera tem mesmo todos os predicados de uma jovem.

Eis a razão por que a decantam os poetas e o mundo inteiro entoa com ela as alegrias da vida.

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