quinta-feira, 21 de maio de 2009

DEUS


O mundo sofre as transformações diárias provocadas pela evolução constante que se faz sentir dia-a-dia na tecnologia, medicina, sobretudo nos corações humanos que saturados buscam aventuras novas para matar o tédio que as corrompem e os intoxicam. Em todas as camadas sociais, os seres perambulam ociosos buscando o inexistente, procurando diálogo fictícios para dar expansão à alma sequiosa de coisas espirituais que a tire da fossa corpórea em que jazem, aniquilando a razão deixando um amargo em suas aspirações e ideais.

O homem dos grandes centros tornou-se um escravo do cronometro, trocou o acolhimento do ar pela lufa-lufa dos coletivos que o transporta pelos formigueiros das grandes metrópoles, levando e trazendo braços e cérebros humanos para manusear suas máquinas obedientes e sem vidas, frias e brutais, algozes de seus próprios criadores. Eis a vida do século XXI.

A beleza do campo, a aproximação com a natureza, a vida livre e sadia tornou-se mitológica para a humanidade de hoje, que trilha um caminho inseguro levando à indecisão e muitas vezes ao egoísmo e falta de amor. É a neurose das fábricas, a fuligem da poluição, os atropelos nas calçadas, a indiferença pelo próximo que já se encontra distante, os crimes hediondos, enfim os grilhões escravizadores da raça humana.

A terra da promissão tornou-se insípida e arenosa, como também os corações humanos, secos e maus, pois a técnica do homem os condenam a perversão, ao sadismo e incredulidade, deixando-os vazios e sem fé, transbordante do veneno produzido pela química diabólica das invenções destilada pelos cérebros daninhos e sem escrúpulos daqueles que manipulam o dinheiro com a mesma indiferença com que um cruciferário guia uma procissão, crimes, desastres, fome, cansaço é o curriculum vitae da humanidade polida e civilizada de nosso século que abafada e oprimida busca o pão de cada dia, sempre amargo, duro e indigesto que ao invés de dar alento proporciona uma morte a prestação, sem lágrimas, sem consolo e amor fraternal.

A agonia perdurará juntamente com as lágrimas, as dores, o fanatismo, a indiferença, o proibido,

e mesquinhez, a luxúria, os vícios e todos os males que pensam sobre o ser humano, enquanto as mãos finas, os cérebros perfeitos, os escravos do poder e da sofisticação castigará o semelhante elevando-o a categoria de ser inanimado.

Quando o homem puder contemplar uma noite de luar, sentir as vibrações do mar, emprestar sem usura, dialogar com o pobre e acolher o mendigo; quando as fábricas descasarem por um dia, quando os homens viverem como irmãos e em contato com as belezas da terra, todas as línguas poderão dizer sem temor de blasfêmea :

DEUS

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