segunda-feira, 25 de maio de 2009

PALMO DE LUTA


Por isso, estou chegando no grande momento da dúvida nascendo, surgindo agora, no exato momento da estrela da manhã.

Junto a fonte que brota de milhões de partículas puras de orvalho, junto ao sangue que nesta hora cai de milhões de bocas, centenas de feridas em todo o mundo.

Cheguei como rosa branca nascida entre as pedras da estrada.

Como sonho enfeitado e colorido de noite mal dormida, com dor de parto, sangue de partida. Sorriso de chegada, instante puro de vida.

Eu vim, hoje, agora pra te dizer que suor e sangue derramados são importantes demais para fazer surgir a vida, para te falar que o grande caminho é o aberto pela própria vontade, pelo próprio esforço. Verdade.

Cheguei para te afirmar que é preciso sobre tudo somar numa hora tão dividida, que mais do que nunca é importante abrir a boca e emitir flores coloridas neste momento de dúvidas.

Cheguei pelo trajeto do vento por uma longa história de amor, por fundos sulcos de sangue, por largas oferendas de dor.

Sou nascido de muitas chegadas, de muita lágrima caída, sou uma consequência cruel desse tempo, dessa era, desse momento de dúvida inconsequente.

Sem frutos, sem dádivas, sem flores, sem canções para me dedicar a todos, para exigir o direito de todos, de poder colocar uma estrela silenciosa, permanente, em cada canto de rua em cada palmo de luta.

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