A mocidade é a idade do amor, sob todas as faces.
A própria paixão da inteligência, que é um dos característicos desse momento radioso de nossa vida, cede à paixão do amor.
A mocidade é dominada pelo império do coração e dos sentidos.
E a paixão do amor, que nessa idade nos domina, numa ou noutra direção, para cima ou para baixo, conforme conseguimos orientar a nossa vida, então, num ou noutro sentido.
Amar é o mais moço dos verbos: sob o signo do amor é que se orienta então toda a nossa vida.
E que é o amor?
É o sentimento que tudo reduz à posse e a entrega.
Amar é fundir um outro ser em nós e fundir-se nesse ser.
É trazer a nós alguém ou alguma coisa e levar-nos a essa coisa ou a esse alguém.
Nesse movimento de apropriação e de abandono, de conquista e de entrega _ É que reside a escala infinita do amor, desde as suas formas mais sublimes aos seus aspectos mais vulgares. Pois, essa relação psicobiológica é que constitui o traço.
Os pássaros gorjeiam com mais vibração, comungando também a alegria que adeja por todos os lados. As chuvas que tombam, de espaço a espaço, são benéficas, dando mais vicejo as lavouras e abrandando o calor que ameaça chegar.
A primavera e a mocidade são semelhantes. A mocidade tem frescor no semblante, o coração em flor, a alma em suaves gorjeios.
A primavera tem mesmo todos os predicados de uma jovem.
Eis a razão por que a decantam os poetas e o mundo inteiro entoa com ela as alegrias da vida.
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