PROCURA E OFERTA
Acordo e te procuro no escuro do teu corpo, no escuro do teu quarto te aguardo e te encontro e te perco...
E te encontro, te espero, te peço e te faço fraca e me enfraqueço à luz da faca de dois gumes dos corpos que se unem...
Acordo e me oferto, nem meu afeto nem minha fúria te falta.
Me entrego sem tréguas é noite alta e entrego de vez, os pontos que o amor não passa da fração do encontro.
DENGO
Vinha um cheio de terra molhada, de suor de terra.
Um cheiro de calor quando afundei a cabeça no teu peito rude, nas tuas mãos que me procuravam sem nenhum pudor.
Vinha um cheiro de teia de aranha, de pêlo, de coisa escondida; de entranha.
Um cheiro de cama que incendeia, de vento que espalha poeira, um cheiro meia-noite e meia. De feira, de alface, de pêssego azedo de quem desenhasse musgo com o dedo, de lençol já muito usado, um cheiro confidente, cúmplice, de algum pecado.
Um cheiro acostumado com as estações de subúrbio, com passeios a pé, com pilhas de livros, com a expectativa dos poros.
O doce contato.
Um cheiro louco, que obriga, que engana, um cheiro que emana do fundo de um poço, debaixo de um braço.
Um cheiro de carne, de cana, sacana, de terra ardendo debaixo da grama.
Um cheiro agridoce de corpo melado que rola, esparrama e aperta a minha cabeça no meio de um peito com cheiro engraçado.
Acordo e te procuro no escuro do teu corpo, no escuro do teu quarto te aguardo e te encontro e te perco...
E te encontro, te espero, te peço e te faço fraca e me enfraqueço à luz da faca de dois gumes dos corpos que se unem...
Acordo e me oferto, nem meu afeto nem minha fúria te falta.
Me entrego sem tréguas é noite alta e entrego de vez, os pontos que o amor não passa da fração do encontro.
DENGO
Vinha um cheio de terra molhada, de suor de terra.
Um cheiro de calor quando afundei a cabeça no teu peito rude, nas tuas mãos que me procuravam sem nenhum pudor.
Vinha um cheiro de teia de aranha, de pêlo, de coisa escondida; de entranha.
Um cheiro de cama que incendeia, de vento que espalha poeira, um cheiro meia-noite e meia. De feira, de alface, de pêssego azedo de quem desenhasse musgo com o dedo, de lençol já muito usado, um cheiro confidente, cúmplice, de algum pecado.
Um cheiro acostumado com as estações de subúrbio, com passeios a pé, com pilhas de livros, com a expectativa dos poros.
O doce contato.
Um cheiro louco, que obriga, que engana, um cheiro que emana do fundo de um poço, debaixo de um braço.
Um cheiro de carne, de cana, sacana, de terra ardendo debaixo da grama.
Um cheiro agridoce de corpo melado que rola, esparrama e aperta a minha cabeça no meio de um peito com cheiro engraçado.
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